Amor e atolar

Tem gente que em determinados momentos de sua vida, resolve que é poetero. Todo mundo resolve que quer fazer poesia e cria alguma coisa (sempre começam por amor) e resolvem falar de nada com nada e dizem:"isso é poesia, é profundo" e os que leêm não entendem, até entendem, mas é um negócio sem sentido e assim, faz com que pareça "importante" e acabamos por dizer:"parabéns, muito bom mesmo! Olha, me impressionei."

Não só do tipo que diz:"O telefone toca, eu atendo... É a vida me chamando...", mas também tem aqueles que escolhem uma palavra e passam minutos pensando em como empregá-la no texto para ficar razoavelmente sem sentido para que todos achem bonito.

"Certa vez cheguei a crueldade e falei
Seus filhos ainda hão de te conhecer.
Assim como Che fez com o capitalismo,
Mostremos aqueles que tem, o que os espera."

Como fora dito no início do post, mas meus pensamentos passaram primeiro naqueles que falam bobagem e tentam parecerer profundo para dar aquele ar de intelectual, existe também aqueles que resolvem pegar o velho tema de amor e atolar - expressão que aqui quer dizer:"coloca tudo e corre!" - de coisas voltadas ao sexo radical, selvagem ou hardcore.

Pode até ser mais adulto dizer que o beijo de uma mulher é como um momento de penetrar em seu órgão e que o útero isso e tapinhas enquanto é dito:"Late, vadia! Quem é o papai?" é aquilo. Não sei... acho vulgar e desnecessário. Tem como comparar o beijo com outras coisas, sei lá... Uma dança doce? Não é melhor que falar de coisas que menores de 18 anos não podem ver e ficar aquele negócio tenso para se ler?

Talvez eu esteja agredindo verbalmente desnecessariamente e muita gente (que mentira) vai vir comentar dizendo que eu que sou insensível, bruto, ignorante e não reconheço a arte. Mas eu realmente não consigo ver o que a poesia tem a ver com devaneios/rituais de acasalamento/centrar-se em uma palavra. Poesia deveria ser algo mais voltado a vida e explicá-la (por isso existe a filosofia).