Se o grande estiver para baixo

Todo ser vivo tem algum tipo de limitação. Seja nadando borboleta, capacidade de voar, comer mais rápido para ir pegar um trem, pentear o cabelo na frente do espelho, ver as horas em ponteiros, aprender alemão.

Enfim, todo mundo tem problema em resolver alguma questão que envolva o que o limita e algo produz isso. Seja um trauma ou simplesmente porque ninguém nunca explicou direito ou o jeito com a qual precisa fazer vai contra qualquer teoria já criada e assim, você acaba por ficar empacado - expressão que aqui quer dizer:"parado feito uma mula sem cenoura" - na mesma questão por horas até ter que chutar a que mais parece lógica e depois descobre que era uma armadilha do professor para que ignorantes no determinado assunto tenham que repetir o ano e não poder avançar com os amigos e colegas que já estão se formando, esses discursos que todos os pais nos dão para nos deixar mais desanimados e não pensemos que no próximo ano poderemos conhecer mais amigos para zoar mais e mais na aula.

Algumas coisas são necessárias apenas por um momento, como já dito, em passar numa prova e nunca mais ver na vida, mas logo são esquecidas, fazendo com que você tenha que reaprender de tempos em tempos, e outras simplesmente são completamente inúteis para sua vida (vou ter que admitir, não sei olhar a hora em ponteiros, mas sempre vou ter um celular, um Pokémon Platinum ou um ser humano que saiba para me dizer as horas) e as pessoas te olham com aquela cara de jaca recém caida e podem chegar a rir porque você não conseguiu entender além de ponteiro grande é igual a minutos e o pequeno, obviamente é horas (e se o grande estiver para baixo é alguma coisa e meia).

Assim como algumas pessoas não tem uma perna, convivo normalmente com isso e aprendi a aceitar e me adaptar para não ter muitos problemas por causa de uma limitação (imposta por Deus para testar nossa fé, como já diria Cereja Mãe). A menos que comece a trabalhar como navegador num navio pescador de carangueijos maiores que a minha cabeça.