Um negócio estranho

Caminhar reto é o maior problema da humanidade, pois todo mundo sempre tem que se encarar, como se quisessem ter assunto para blogs ou discutir com os colegas de trabalho (e acredite, tem gente que faz isso) e se você for pensar bem, é até meio difícil não encarar a cabeleira azul do seu vizinho.

Suponhamos (que palavra bonita heim?) que você esteja caminhando em um corredor escuro cheio de lamparinas o iluminando, ai PAM! Do nada você vê que há um kakaroto (verme, ser humano, pessoa, infeliz, como quiser chamar) no seu caminho e você fica a encarando de longe e ela nota que está sendo encarada pois ela também está te encarando e se for diferente, de você seguir olhando como quem vê mais além, fica um negócio estranho e mecânico que vai fazer as pessoas realmente te encararem.

Claro, existe a opção de olhar para o chão e parecer um altista que some em filas de eventos de anime, mas isso é coisa de cada um, pois não importa o jeito, sempre vai ser difícil passar do lado de uma pessoa sem ter que dar uma olhada para ela, ou abaixar a cabeça e olhar o chão ou olhar fixamente para frente, como se você não estivesse encarando aquela pessoa e sim, uma bolinha azul no horizonte.

Caso ambos tenham se encarado por muito tempo e seguem se olhando, pois ninguém quis ser discreto, é obrigatório dar um "bom dia" um para o outro, mesmo sem se conhecer e assim, talvez, iniciando um vínculo de amizade. Ou se isso foi na rua, todos seguem felizes os seus caminhos em direção da vida e aquela encaradinha básica de início de manhã não vai mudar sua vida, a menos que seja seu pai com um boletim na mão.